domingo, 17 de outubro de 2010

Fantasiando Segredos


Nem tanto como Shakespeare e Romeu e Julieta, também nem como Gil Junger com Antes que Termina o Dia. Era simplesmente as pessoas certas, no momento certo. Ele tinha acabado de sair de um casamento conturbado, restando apenas, não apenas, mas... com duas lindas filhas. Uma com 4 anos, Sofia e Natali com 6 anos. Ele era adorável, carinhoso, um pai super coruja, até hoje não entendo porque a mulher o largou. Ela, loira, olhos claros, rosto angelical, obre moça... perdeu a mãe há poucas semanas, com câncer. Ele trabalhava em uma multinacional e ela era jornalista.
Na filha do Viena Express, não mais por obra do destino, lá estava ele na fila para fazer o seu pedido. Tão apressada, ela entra ao telefone, cheia de coisas na mão, que nem ao menos, nota a presença dele. Ele a observa calmamente, seu jeito eufórico e ao mesmo tempo delicado. Ele faz seu pedido e vai sentar. Em seguida era a vez dela, terminado o seu pedido, após o pagamento do café ela sai quase correndo e acaba deixando cair uma agenda. Ele corre para apanhar e ainda vai lá fora para ver se à encontra, mais nenhum sinal. Curioso e ao mesmo tempo receioso, ele segura a agenda. Vai para cara, e depois de um bom banho senta na mesa da sala.
Fica de frente para a agenda, e sem agüentar de curiosidade, ele abre. Marina era seu nome. Havia fotos, reuniões, telefones, endereços. Ele resolve ligar para a sua casa, tenta uma vez, duas, três e nada de ninguém atender. Passado esse dia ele resolve entregar em mãos a agenda. Por não suportar mais aquela ansiedade de vê-la novamente. Chegando na casa de Marina, ele toca a campainha, aflito arruma o cabelo. Uma pessoa abre a porta, ou melhor um homem! Ele se surpreende, porque em sua agenda, não há nenhum indicio de que ela é casada, namorada, nem nada do gênero.
- Marina está?
- Está sim. Quem é você?
- Eu sou o Leonardo, tenho a uma coisa para entregá-la.
- Entre, pode sentar. Ela já vai descer.

Animado, espera na sala. Uma casa bonita, e bastante confortável.
- Oi, qual o seu nome?
- Leonardo, e o seu... Marina, não é isso?
- Sim, eu mesma! O Caio me falou que você tem algo para me entregar.
- É, estou com sua agenda que você acabou deixando no chão do Viena.
- Ah, sim, é claro! Estava preocupadíssima, sem essa agenda é quase impossível de fazer alguma coisa.

Ele riu, ela também.
- Você está livre amanhã às 8:00? Pergunta Leonardo
- Amanhã é sexta, não é isso?
- É sim!
- Me desculpe, mais eu sou jornalista, e preciso fazer a cobertura de um evento. Podemos marcar alguma coisa para sábado, algum problema?
- Não, nenhum. Venho ti buscar às 8:00 então.
- Tudo bem, até sábado então.
- Até!

Não saberia descrever a sensação de Leonardo, mais sim a da Marina, que não sabia o que era um encontro a tempos. Ela estava encantada com ele, rapaz educado, parecia ser carinhoso. Andava tão ocupada com o trabalho, e depois dá morte da sua mãe então... que nem sabia o que era mais isso. Marina, estava sim, encantada.
Como eu poderia esquecer? Aquele rapaz que abriu a porta era o seu irmão, que estava hospedado na casa de Marina por alguns dias, justamente por causa da morte da mãe. Ele mora no Sul.
É chegado sábado, pontualmente Leonardo estaciona o carro na frente da casa dela. Minutos depois ela sai, deslumbrando em um vestido vermelho com um simples colar de pérolas. Vão conversando até chegar ao restaurante, sofisticado, por sinal. Escolhem uma boa mesa e lá está um futuro casal dando boas risadas, naquela noite de sábado. Eles confidenciam suas vidas, logo no primeiro encontro, estranho mais... interessante. Ele conta que a mulher o largou e hoje tem duas filhas, ela conta que perdeu a mãe, e um pouco antes, tinha sofrido uma desilusão amorosa.
Mais como pode, assim logo de cara no primeiro encontro, eles se tornarem íntimos assim? Séria um certo tipo de amor da primeira vista? Acabado o jantar ele vai deixa - lá em casa, ela agradece pelo o jantar, e dá um leve beijo em sua face. Ele a convida para almoçar com ele e com suas filhas amanhã.
- É claro que eu aceito. Suas filhas devem ser lindas!

Ele dá um leve sorriso. Mais o que é que falta nessa despedida? Um beijo é claro, a iniciativa é dele!
- Até amanhã então. – Disse Leonardo com um sorriso enorme.
- Tchau Leonardo, mais uma vez, obrigada!

Os dois trocavam pensamentos nesse momento. E pensava o quanto a noite foi agradável e maravilhosa, e queria que se repetisse. Leonardo animando conta para as filhas, que amanhã uma amiga do papai iria almoçar com eles.
- Papai, ela é bonita?
- Sim Natali, bastante!

Já são 11 horas da manhã, e ele já está na cozinha preparando o almoço. Ela chega! E traz com ela uma boa garrafa de vinho. Marina é apresentada a Sofia e a Natali. As meninas já se considerando uma grande amiga de Marina, chama para conhecer o quarto delas.
- Meninas, a Marina já é bem grandinha. Não vai querer ver o quarto de vocês.
- Oh Leonardo, claro que vou.

E lá estão os 4 deitados em uma cabana decorada com borboletas, e flores, que fica no quarto das garotas, lindo.
Depois desse almoço estavam ficando cada dia mais próximos. Saiam para jantar, iam ao Píer, passeavam com as meninas. Para a Sofia e Natali, foi fácil aceitar essa presença feminina em casa porquê, elas sentiam falta de uma mãe. Passaram 6 meses namorando, até que resolveram se casar, compromisso sério, ela iria passar a ser a nova mãe das meninas, uma responsabilidade.
Casaram em 21 de Abril de 2005. Passaram 2 anos sem nenhum problema, até que ela foi encontrada com suspeita de câncer. Foi um choque para todos, inclusive para ele. Ele entrou em pânico. Não mais, quando souberam que ela tinha chance de viver se fosse cuidada. Marina passou por tratamentos, e cuidado dos três, seu esposo, e suas 2 filhas. Ele prometeu cuidar dela, e foi assim que aconteceu. Ficou mais 1 ano, cuidando dela, até que quando foi em 7 de outubro de 2008, ela morre aos braços de Leonardo no caminho para o hospital.
Chegaram lá, mais não teve jeito. Eles não agüentavam mais, com a ausência de Marina, ela foi uma figura ímpar para aquela família, chegou para impor regras, mais sempre foi carinhosa, amiga das garotas, uma esposa fantástica, uma MÃE. E não tinha como, eles resolveram se mudar, porque tudo lembrava Marina, tudo tinha seu toque. Preparado para tirar as roupas dela, ele abre a gaveta, e nela ele encontra uma carta, que estava escrito :
‘’ Você foi o único capaz de me fazer feliz. Depois de tanto tempo de dor, e sofrimento, você me trouxe o sentido da vida, fez nascer em mim outra pessoa, alguém mais alegre, com animo. Nos casamos e prometi, te amar eternamente, e foi isso que eu fiz até agora. Sei que lá em cima nosso lugar estará guardado’’
Com amor, sua única e eterna, Marina


Luiza Gurgel

Um comentário:

  1. Luíza, é Amanda, sobrinha da Juliana, tudo bem?
    Eu percebi, há muito tempo, que você está utilizando o mesmo nome de blog que eu, sendo que eu já utilizava desde meados de 2007-2008 esse nome, antes mesmo de te mostrar (e meio erroneamente, se me permite dizer, porque utopia não possui acento agudo). Entretanto, eu não pedi que você mudasse, porque como meu blog era bloqueado, não fazia diferença você ter copiado.
    Mas é que agora eu tornei o blog público, e eu queria, por favor, que você trocasse o nome do seu. Tenho certeza de que você vai pensar em um nome bem bonito e criativo, uma vez que tem tantos textos bonitos aqui (:. Espero que você entenda, eu passei muito, muito tempo pensando nesse nome pro meu blog, há tempos atrás.
    Muito obrigada desde já,
    Amanda.

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