Comecei a escrever, parei. Hesitei e cansei. Eu não queria pôr na folha, todo o meu sentimento, as falhas os erros. Saí, andei um pouco. Tomei um pouco do ar, vi pessoas andando na rua. Voltei, sentei de novo. Olhei ao redor..Sim, eu estava sozinha. Podia começar a escrever coisas que ao menos ninguém já imaginara saber.
Começou com comunicação de olhares, já havia passado várias vezes por ele. Já cheguei a vê-lo tão triste, depravado, que as vezes aquilo me incomodava. Já passou pela minha cabeça perguntar o que havia, mais era óbvio o que ele ia responder. Alias, o que alguém ia querer comigo, menina baixa, do cabelo enrolado, de óculos toda desengonçada. Essa era eu. E que aqui prefiro não dizer meu nome.
Eu sabia e até podia imaginar todos os seus passos, sem ao menos me referir uma palavra ao próprio. Sim, eu já parei pra pensar nisso várias vezes, mais nunca me veio a responder, de que eu tinha um sentimento por ele, que não sabia explicar. Não era amor, nem ao menos ódio. Ou uma relação de amor e ódio. Se fizermos uma comparação simples – Meu coração pulsava forte e rápido, quando ele passava por mim no corredor, rindo ou com raiva, ele nunca me olhava, nem ao menos sabia que eu existia. – Chegava a chorar de tanta raiva, quando eu o via, com outra garota, fazendo- a de objeto, sentia pena. Parei.
Luiza Gurgel
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